segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Capítulo 4 – Você vai ter que se mostrar veloz para conseguir me alcançar, amarra esse seu tênis porque eu vou sair voando!(REFORMADA)

Capítulo 4 – Você vai ter que se mostrar veloz para conseguir me alcançar, amarra esse seu tênis porque eu vou sair voando!

O que eu estava sentindo naquele momento era uma coisa estranha, inexplicável, surreal!
Cada célula do meu corpo berrava de dor, como se estivesse derretendo. Meus olhos ardiam de tal maneira em que pareciam ter caído vários e vários produtos químicos nele e eu sentia minhas costas doerem como se tivessem envergando-a sangue frio.
Eu não sabia o que estava acontecendo e não sabia quando pararia, então só me restava esperar, mas de repente parou, como se nunca tivesse acontecido e eu me vi com a respiração forte, com a cabeça quase encostada no chão liso e gelado de Jason.
– Garoto, você está bem? – ele perguntava pra mim, mais alto do que o normal, estava agachado ao meu lado e seu tom de voz era muito preocupado, de um jeito que não tinha ouvido ele falar antes – Garoto, olhe para mim, respire fundo, tente se concentrar, você consegue.
Sentia meu corpo todo doer, e ainda não conseguia falar, então apenas tentei resmungar, mas me arrependi disso no mesmo segundo.
Um grunhido estranho saiu do meu peito e ecoou sobre todo o aposento, como o de um cachorro gigante.
– Isso, tente se comunicar, não fique com medo – ele me incentivou – Como você é grande rapaz, no começo com a minha primeira forma, não era tão grande assim, vamos lá, tente se levantar.
Tentei me levantar, mas parecia que meu corpo não me respondia aos meus pedidos, meu coração batia dez vezes mais rápido do que o normal, mas aquilo não me incomodava, a dor da minha cabeça era tão forte, que estava impressionadoq e ela ainda não tivesse explodido.
– Vamos, eu sei que você consegue guri!
Eu me forcei novamente, ignorando a dor de minhas pernas.
Consegui me colocar de pé, e cai novamente, mas não pela dor que sentia e sim pelo o que eu havia percebido.
Até aquele momento não havia abertos os olhos, que ainda queimavam um pouco, mas quando o fiz tudo estava preto e branco, sem cores, sem nada, a única figura colorida era Jason a minha frente que tinha um tom vermelho sangue, e uma linha branca que ficava em torno do seu corpo, fina e marcante.
Percebi que minhas pernas não eram pernas, e sim patas, enormes patas!
Senti dentes pontiagudos na minha boca e conseguia sentir o cheiro de tudo dez vezes melhor do que o normal.
– Sim rapaz, um lobo! – Jason falou alegremente, olhando para mim – Um grande e bonito lobo, você reflete coragem com essa forma, não são todos que começam com um animal como este!
Olhei horrorizado para ele (não me pergunte como é a cara de um lobo horrorizado, nunca tentei descobrir). Como um lobo poderia ter quase dois metros de altura, e como EU poderia ser um lobo?
– Não precisa se preocupar, você vai se acostumar e se conformar, não adianta ter medo do que você é porque não vai mudar a verdade que corre em suas veias – Jason disse novamente, parecia que ele conseguia ler meus pensamentos, ou talvez, na minha cara canina estivesse estampada todas as minhas perguntas – Para voltar, como eu disse, a pessoa tem que ser sua essência, a pessoa que faz você ser o que realmente é, pense nela, faça dela você.
Fiz tudo o que ele pediu, me concentrei naquilo que mais me importava desde o momento em que toda aquela maluquice começava a fazer sentido.
“Pela Raissa, vou além”.
Senti meu corpo fazer o mesmo processo, mas agora foi muito mais calmo, com uma sensação quase boa.
Quando voltei ao normal, não sentia mais nenhum tipo de dor, meus olhos não ardiam e me sentia até melhor do que antes da minha primeira transformação acontecer. Parecia mais forte e confiante, como se pudesse fazer qualquer coisa que daria certo.
– Vista isso – Jason me jogou, um macacão parecido com o seu, só o que era preto e ficou um pouco largo pra mim e roupas normais, uma calça jeans, uma camisa xadrez preta e um par de sapatos – Depois poderemos fazer um para você, isso é uma roupa que podemos chamar de “especial”. Ela tem um ajuste pratico a todos os tipos de transformações, quando assumimos uma forma ela solta do seu corpo sem você precisar se despir, o grande problema é como ficar andando com ela na boca ou de qualquer outro jeito, estou tentando bolar algum apoio pra poder levá-la por isso não uso muito ela.
Não respondi, ainda estava assimilando o fato de ter virado um lobo gigante. As minhas roupas do colégio estavam rasgadas e jogadas no chão do lados do meu pé esquerdo, sem chance de concerto, não teria desculpas para dar a minha mãe sobre o que tinha acontecido.
– Acho que está na hora de ir para casa, sua família deve estar preocupado – ele olhou para o relógio que estava acima da grande televisão de LCD, que marcavam 18h, e novamente achei estranho ele conseguir saber o que eu pensava.
– Estou lascado! – gritei – Tenho que ir para casa agora, minha mãe deve estar uma fera!
– Acredito em você. Eu vou te acompanhar de volta a Pompéia, acredito que você vá conseguir chegar a sua casa sem grandes problemas, vamos.
A volta realmente não tinha sido um grande problema, ao subir de volta para o lago artificial não precisei de um tanque, consegui segurar a respiração tranquilamente pelo buraco até chegar ao seu topo, no começo me assustei quando Jason me pediu para fazer aqui, mas quando vi que iria funcionar, continuei.
Minha mochila ainda estava jogada no mesmo lugar em que havia deixado, mas o céu agora estava tingido de um azul escuro em uma parte e mais claro em outra.
Voltamos pelo barranco, passando pelo portão enferrujado e saindo na rua desconhecida, que agora estava muito macabra sobre o azul escuro e totalmente vazia.
– Bom aqui eu me transformo, mas estarei por perto – ele avisou.
– Jason, espera – eu falei para ele, a voz um pouco embargada – como eu faço pra me transformar?
Ele me fitou por um segundo, parecia que estava calculando se eu era merecedor de um segredo tão importante.
– Bom... Você só tem a sua forma inicial “aberta”, e não acho que seja uma boa abusar dela principalmente pelo seu tamanho, mas para poder virar o seu morfo inicial, você precisa pensar na palavra chave.
– Palavra chave? – perguntei sem entender, há poucos minutos não tinha precisado usar nenhuma palavra chave para poder virar um lobo gigante na sala dele.
– Existem certas lendas antigas sobre certos animais, eles tinham conhecidas siglas para poder diferenciá-los, as palavras são o ponto de encontro entre a animorfose e a sua genética humana, você precisa saber qual é a sua palavra para poder liberar o seu morfo inicial.
– E que tipo de palavra é essa – perguntei, poderia ser qualquer coisa no mundo!
– A de sua vontade, no momento certo ela vai lhe ocorrer, por exemplo em uma situação de perigo ou um momento de raiva suprema, a palavra que vier na sua cabeça, vai ser carregada para sua morfose pelo resto da sua vida – ele desdenhou – tive um amigo morfo que por acidente pensou em bundas, ele estava fazendo... – ele me olhou, e por segundo repensou no que falar – bom, tanto faz.
– Certo... A palavra certa, na hora certa pode me fazer mudar – pensei em qual seria o momento certo – Isso funcionaria com todas as formas?
– Não rapaz, para cada forma você tem que ter um certo “treino de liberação”, mas isso não importa para você agora, tem coisas mais importantes para se preocupar.
Então com um flash ele sumiu e a minha frente apareceu um pássaro azul berrante.
Fiquei imaginando se eu teria me transformado em um flash também ou se o processo tivesse sido lento e doloroso a vista do meu telespectador Jason como havia sido pra mim.
Andamos mais ou menos uma meia hora de volta para a avenida Pompéia. Jason me guiou até um ponto que dava de frente para um famoso shopping local, perto da estação. Não se destransformou novamente para se despedir, apenas fez um circulo no ar e voltou pelo mesmo caminho que fora.
Um pensamento estranho tinha vindo a minha cabeça novamente, não conseguia me lembrar qual caminho usará pra volta, e fiquei muito bravo, pois agora não sabia onde Jason morava, de novo.
Peguei o trem lotado, havia muitas pessoas saindo do trabalho naquele horário, todas com aparências e roupas iguais, social composto por ternos e terninhos, carregando pastas e com caras de cansados.
Desci quinze minutos depois de tomar o trem na minha estação e fui correndo para casa, com roupas que não me pertenciam e com provavelmente pensando na bronca que levaria. Não poderia dizer qual era expressão do meu rosto naquele momento, mas provavelmente não era nada convencedor a uma mentira.
Cheguei a frente do meu prédio sem problemas de cansaço por ter corrido os 200 metros da estação até ele, continuava a respirar com se tivesse caminhado um pouco mais depressa do que o passo normal.
Quando passei correndo pela portaria, o porteiro me avisou com um tom de voz urgente:
– Guilherme, sua mãe está preocupada, ela está atrás de você o dia todo!
– Eu sei, eu sei, obrigado – respondi passando correndo por ele.
Peguei o elevador e cruzei os dedos para a bronca não ser tão ruim quanto provavelmente seria.
Abri a porta de casa, encontrei-a sentada com as pernas cruzadas tão fortes que pareciam coladas, seu rosto estava branco cal, e tinha os olhos injetados, como se estivesse chorando.
– Onde você estava Guilherme, eu fiquei preocupada, você não voltou do colégio, não avisou onde foi , achei que tivesse acontecido alguma coisa! – ela berrou e chorou tudo no mesmo segundo, deixando de lado a cara de brava, enquanto levantava do sofá e olhava para mim, avaliando meu estado.
– Eu... Eu fui jogar bola com uns amigos, acabei me esquecendo de avisar – respondi a ela, tentando convencer, e duvido que isso tenha acontecido – desculpe mãe.
– Certo, eu te desculpo, agora vai tomar banho que você está fedendo a cachorro molhado, você andou brincando num canil, e cadê suas roupas? – ela perguntou tampando o nariz e indo para a cozinha, com a voz um pouco mais calma.
– Elas sujaram quando eu estava jogando futebol e um amigo meu me emprestou essas, depois eu pego com ele – teria que gastar o dinheiro da minha mesada para comprar as roupas novas, mas não me importei, seria pior falar a verdade.
Não reclamei quando ela voltou a gritar novamente sobre minha irresponsabilidade, não queria que me fizesse mais perguntas. Não precisaria mentir se ela não me forçasse.
Depois de um banho demorado, arrumei alguma coisa para comer e fui para o meu quarto “dormir”.
Eu não queria ficar deitado a noite toda na cama, fingindo dormir. Havia tantas coisas que poderia fazer durante a noite, não precisava descansar pelo que Jason tinha falado, e tive a insana vontade de aproveitar.
Esperei até ter certeza que todos estavam dormindo, tranquei a porta do meu quarto e vesti a roupa elástica que havia jogado dentro da mochila na hora em que tinha entrado no banho.
Abri a janela do meu quarto silenciosamente, pensando em como conseguiria pular do segundo andar sem me quebrar todo, ou pelo menos sem chamar a atenção de todos com aquilo, mas alguma coisa me dizia que eu poderia fazê-lo que não seria problema.
Pulei esperando que quando tocasse o chão o barulho fosse tão alto que todos iriam abrir as janelas para olhar um garoto com a cara grudada no chão, todo estatelado, mas quando encostei na superfície, instintivamente rolei, não fazendo nem um ruído e ainda saindo ileso.
De frente para o meu quarto tinha um morro, que alcançava o sexto andar do meu prédio. No topo ficavam mais prédios, e sempre que ouviam barulhos altos, os moradores reclamavam. Então resolvi que seria melhor dar a volta no prédio e sair pela entrada principal.
Corri rapidamente na direção do porteiro noturno que estava lendo uma revista e pareceu não me notar, mas virei para a esquerda porque os únicos jeitos de passar era, ele abrindo o portão de entrada ou pular a passagem que era usada para cargas e mudança, escolhi a segunda opção, que com certeza era o mais seguro.
Foi extremamente fácil saltar o portão de cargas que tinha mais ou menos dois metros de altura. Sorri aprovando meu trabalho e sai correndo em direção a saída do condomínio.
Não estava preocupado em ser visto ou coisa do tipo, as calçadas do condominio estavam vazias excetos por um ou dois carros passando rapidamente.
Saindo do condomínio, corri a passos firmes, passando por duas pontes, vagando por ruas e travessas calmamente, refletindo sobre como a minha vida tinha mudado de um dia para outro.
Há vinte e quatro horas, estava reclamando no elevador para o meu amigo por ter vários sonhos estranhos e agora que sabia que eram reais, tudo era real. Olhei p ara os céus e pedi aos deuses para não serem.
Eu não havia percebido que tinha andado tanto e sem rumo nenhum. Quando finalmente olhei pra frente prestando mais atenção, me vi a cinco ou seis quarteirões do meu colégio.
Tive uma insana vontade de experimentar a minha forma animal, achei que às três da manhã não seria um grande problema se alguém me visse, sairia correndo e ficaria tudo bem, mas como havia acontecido tantas vezes naquele dia, estava enganado.
Pensei na palavra que me faria ser aquele “monstro”, poderia ser qualquer coisa, mas como saberia se aquela palavra escolhida me transformaria.
Um formigamento coçou minha nuca, senti um leve arrepio e sem saber o por quê, sussurrei:
– Animorfose.
No mesmo instante, aquela mesma sensação de queimação voltou a tona, senti meu corpo todo ferver e deixei rolar, a dor agora não era mais tão intensa, era mais calma e prazerosa.
Estava novamente equilibrado ha quatro fortes patas caninas, minha visão novamente estava descolorida, mas não sentia nenhum tipo de dor como da primeira vez.
Todos os prazeres da forma explodiram sobre mim como uma bomba, milhares de cheiros diferentes vinham a minhas narinas, alguns doces, alguns amargos e outros diferente de todos que havia sentido.
Experimentei correr.
Parecia deslizar pelo asfalto enquanto tudo a minha volta era um borrão. Cada passada que dava, era equivalente a dez passadas em minha forma humana. Sentia um pequeno incomodo cérebro, como pequenas descargas elétricas, mas não me incomodei.
Em menos de três minutos estava parado na encruzilhada do meu colégio, onde a minha volta encontrava-se além da escola, um dentista, um bar e um pequeno condomínio de três andares, todos fechados e com luzes apagadas.
De repente um zumbido alto e agudo começou a ecoar fortemente em meus ouvidos, como se alguém tivesse aproximado um celular de uma caixa de som e tivesse aumentado no ultimo volume, esperando interferência de sinal. Fechei os olhos tentando me concentrar, mas estava me incomodando demais.
Comecei a andar para trás, voltando na direção que tinha vindo, e o barulho começou a diminuir, então comecei a dar várias passadas para trás, tentando me livrar daquele som insuportável, saindo do quarteirão do colégio e voltando para o anterior, que era uma simples reta onde havia casas e algumas empresas fechadas.
Meu nariz parecia coçar então por instinto funguei fortemente, sentindo um cheiro estranho, apetitoso e muito diferente do que qualquer outro que passará por mim entre meus minutos de vida animal.
Fiquei tentado a ir atrás dele, e foi exatamente o que fiz.
A cada passada que eu dava, o som ficava mais alto e mais agudo, meu crânio parecia estar rachando, mas a vontade de chegar até lá, falava mais forte.
Cheguei a um ponto em que fiquei totalmente tonto e me destransformei involuntariamente, caindo no asfalto e deslizando quase dois metros, sentindo meus braços e perna ralarem.
Levantei a cabeça tentando ver onde estava, e senti minha nuca doer ao me mexer.
Olhei para um grande relógio que marcava quatro e meia da manhã, e vi que estava em frente um pequeno shopping na região da Lapa.
Quando tentei ver o outro lado, havia dois vultos parados, ambos na mesma posição, quase negros sobre suas vestes. Mas não pra mim.
Os dois usavam grandes sobre tudo pretos, chapeis que pareciam com cartolas amassadas, além de óculos, sapatos e luvas igualmente pretas.
O que não consegui enxergar era o que traziam nas mãos, mas era prateado e brilhava ao reflexo do farol que piscava a cima de minha cabeça.
Um deles apontou a coisa para mim, mas consegui me jogar para o lado no momento em que um fino fio azul choque prendia no asfalto que eu estava um segundo antes, fazendo um buraco no chão do tamanho de uma bola de tênis. O outro homem fez o mesmo movimento, mas não fui tão feliz quanto da primeira vez em escapar.
Uma descarga elétrica percorreu todo meu corpo, me fazendo gritar de dor. Tentei pedir para pararem com aquilo, mas eles riram.
– Vamos levar mais um hoje, que sorte – um deles sibilou, com um estranho sotaque, meio puxado no R, parecia ser americano.
– Esse foi mais fácil que o grandalhão que encontramos de manha – disse o que estava segurando o objeto prateado que me dava fortes descargas elétricas, falando normalmente, sem sotaque.
– Chega de brincadeiras, vamos levá-lo logo – respondeu o primeiro, andando em minha direção calmamente.
– Calma, olhe como ele se contorce, parece uma mola – respondeu o que me segurava, e senti um leve medo em sua voz, não estava achando engraçado.
Eu não tinha percebido até aquele momento, mas estava realmente me contorcendo muito. Não sentia mais meus braços e pernas, sabia que desmaiaria a qualquer segundo.
Tudo aconteceu tão rápido quanto da primeira vez, mas dessa vez não consegui entender direito naquela hora o que se passou, apenas olhei.
Um enorme tronco havia sido jogado em cima do homem que me segurava com o objeto elétrico, fazendo soltá-lo e o fio sumir, mas eu continuava a me contorcer de dor.
Um enorme gorila havia saído de cima do shopping e caído na minha frente, em um gesto de defesa, tinha uma listra branca que ia do começo do couro cabeludo até o fim da coluna. Era Jason.
Eu me levantei rapidamente, meu corpo já não doía tanto, mas eu estava tremendo muito, parecia que aquele fio continuava preso em mim.
– Animorfose – sussurrei, esperando sentir aquela queimação passar por mim e me fazer virar um enorme lobo, mas nada aconteceu.
Jason havia cuidado dos dois homens rapidamente enquanto raciocinava, dando um forte murro com sua mão gigante desmontou o primeiro e enquanto o segundo tentava apalpar um objeto no chão que ele não conseguia enxergar Jason ele pulou em cima dele, provavelmente o sufocando.
Um flash clareou a noite e Jason estava parado a minha frente, com o macacão preto junto ao corpo, com o objeto prateado a mão:
– Você está bem rapaz?
– Sim, por que você os matou? O que eles fizeram? – perguntei perplexo.
– Isso não importa, tem que sair...
Mas nesse exato momento ele tinha parado de falar, uma enorme van preta virou a rua com o farol acesso, e com vários homens totalmente de preto dentro dela, pelo que tinha conseguido enxergar.
– Ah, mer... eles ativaram o dispositivo – ele falou, com um olhar feroz dirigido a van – garoto, faça o que for, não deixe eles te pegarem, corre!
O flash me cegou e o gorila estava de volta, pulou sobre o shopping e sumiu nas sombras.
Eu tinha parado de tremer, e novamente tentei:
– Animorfose! – falei alto e em bom tom.
A sensação de queimação passou pelo meu corpo como um banho de água quente e no segundo seguinte estava gigante.
Olhei em direção a ponte que levá-la para minha casa e corri, sem olhar para trás e tentando não pensar que tinha um bando de killer’s na minha cola provavelmente prontos para me matar.



Essa história pertence a,

Guilherme Freitas de Aguiar

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